Nunca antes tivera coragem para escrever sobre este assunto. É delicado e pensava não estar a altura para descreve-lo.
Mas quero enterra-lo, por isso achei que a escrita fosse a melhor forma, o papel nunca me decepcionou.
Passava das 18:30, quando no regresso para casa, quase pus a minha vida em risco.
Estava a atravessar uma rua estreita, que nunca antes atravessara, e que me era desconhecida.
Estava cansada e despistada, o teste de física e química tinha-me corrido pessimamente mal.
De repente, atravesso a estrada a correr e... Não preciso de dizer mais nada pois não?
Fico estendida no meio do chão, a tremer de medo e de frio simultaneamente.
Uma multidão cercou-me: a condutora chorava, as pessoas estavam indignadas e só me perguntavam se estava bem.
E eu, com a minha força interior extrema respondia: "- Eu estou bem, não se preocupem."
Como é óbvio, não estava nada bem, não conseguia mexer as pernas, sangrava do nariz, o meu corpo oxilava de dores.
Não quis ser fraca: tentei levantar-me. Mas as forças que tinha, eram inferiores á minha força de vontade: desmaiei e bati com a cabeça.
Só pedia que chamassem o meu namorado e os meus pais. Tinha sede, estava desidratada.
Ouvi o barulho das chaves da minha mãe, ela tinha chegado.
Estava enervada, nervosa, desanimada... Mas quando viu que eu estava pior, consolou-me e disse que eu ia ficar bem.
O meu pai veio a pé, chegou desde o trabalho dele até ao local em 5 minutos.
Nunca tinha visto o meu namorado tão nervoso como naquele dia. Olhava-o e reparava que estava prestes a chorar, e quase que lhe lia os pensamentos: "E se eu a perco?".
A ambulância levou-me para o hospital, contra a minha vontade.
Detesto o ambiente dos hospitais, aquela dor das famílias que se estabelece lá, tudo...
Passadas umas horas, tive alta. Estava cansada, e só queria dormir.
O próprio médico reconheceu que tive muita sorte. Podia ter ficado paraplégica para sempre.
Esta situação aumentou a minha fé, percebi que não estou sozinha, e que tenho um "anjo" protector.
"Já não havia nada para dizer.
Cobriu o corpo dela com o seu, e ao abraçá-lo ela imaginou-o em todas as suas incarnações: aos cincos anos, ainda loiro; aos onze, a despontar; aos treze, já com mãos de homem. A Lua, de olhos oblíquos, percorria o céu nocturno; e ela inspirou o cheiro da pele dele.
- Amo-te - disse.
Ele beijou-a tão delicadamente que ela pensou se não teria sido imaginação. Recuou ligeiramente, para olhar nos olhos dele.
E depois ouviu-se um tiro."
P.S- Estou a adorar o livro! :P
. Felicidade versus insegur...
. O maior susto, a pior tar...
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. Exames
. A carta